quarta-feira, junho 10

Eu

Sou um vadio, eu!
de alma e coração
Sou um errante
Sem tom nem som.
Pássaro esvoaçante
(monstro, galopante)
De pensamentos à toa

Cretino, louco, apaixonado!
De sentimentos endividado
Da vida, sempre castigado.

Sou...
Um morto-vivo que prá'qui anda....
Tristes, tristes....
São os olhos!
(espelhos d'alma?)

Fundo, fundo....
É o coração!
(enterrado-vivo?)

Escura, escura....
É a minha alma!
(viva, ainda?)

Longo, longo....
É o meu penar
(sem fim?)

Viva, viva!!
É esta dôr....
(que me não larga)
Na quietitude
Da ventania!
Na paz
Do temporal!
No silêncio
Do raio e do trovão!


Eu vivo
A minha tempestade
De dentro!
Eu juro-te!
Que quase que sinto... o teu coração
Junto ao meu.

Pelo menos, um pedaço
Um estilhaço,
Perdido por aí.

Algures num monte,
Espalhado num vale,
Espraiado num rio....
Afogado num mar!
(de dôr...)