segunda-feira, maio 22

Coisas invisíveis

Deixar
Um beijo
Escorregar,
Entre dois lábios
A sussurrar,
Juras de amor
Sem as pensar

Um sorriso,
A q’rer escapar
Por entre
A ternura de um olhar…
… cumplicidades… !
(ai, que vontade
de te abraçar!)

Mas ter que ficar
Aqui,
O coração a estalar
De dor;
O corpo a querer voar…
Para ti…

… tão longe, Deus meu….

Chegaste

Sorrateiramente, entraste
(Será que chegaste a bater à porta?)
Eu…
Abri de par em par as portas do meu coração
Calma e placidamente
Instalaste-te.
Cómodamente
Como quem veio para ficar
Será que não dou sossego ao meu velho coração?

O que serei eu?

Não existo!
Morto.
Uma sombra,
Um fogo fátuo.

Uma brisa
Passageira;
Esvaída,
Esfumada.

Um horizonte
Longínquo,
Um mar,
Um rio,

Um dia de tempestade?
Um calmo pôr de sol. . .

UM NADA!

sexta-feira, maio 5

Parar o tempo?

Choro
Horas amargas
De tempos perdidos


Choro
O amargor
Dos beijos que ficaram por dar


Choro
A amargura
Das palavras que ficaram por dizer

(Amargos, os dias que passam.
Amargo… olhar para trás)

triste como....

Estou triste.
Sou um poeta sem tempo!
Não posso dizer
Não devo fazer
Não consigo escrever

Tu… ris-te!

Sou um poeta sem tempo
Não tenho tempo de ser
Não tenho tempo p’ra estar
Não consigo dizer

Torturo-me... só a pensar.
Para o resto não tenho tempo!

Só consigo ficar triste
Escuro, chuvoso como o tempo.
Cai-me a chuva na alma
Olho ao redor e vejo… cinzento
Chuva, chumbo, nevoeiro
Espelho da minh’alma

Não, já não sei, não consigo
Sequer sorrir

E tu... ris-te!